A aldeia Kariri-Xokó é um prolongamento da zona urbana de Colégio, um “bairro étnico”, com todos os problemas das áreas periféricas do Brasil. Recentemente, um estudo da FUNAI propôs a redefinição dos limites da área para 4419 hectares. A consciência de formarem um povo indígena a partir da união de duas etnias, os Kariri e os Xokó, e a manutenção do espaço sagrado do Ouricuri, onde realizam rituais secretos, são os grandes elementos diferenciadores dos Kariri-Xocó. O Ouricuri é uma área de mata preservada, que representa os laços do grupo com o seu passado. Lugar privilegiado por uma natureza “virgem”, onde pelo menos duas vezes por mês e uma quinzena por ano o grupo realiza trabalhos espirituais. É o espaço de afirmação do ser índio, bem como da identidade composta Kariri-Xokó, em oposição aos vizinhos não-índios. A política do grupo inibe os curiosos brancos com promessas de castigos físicos e espirituais àqueles que se encorajarem a entrar no local sagrado. Segundo o pajé Kariri, seu Júlio Suíra, “a civilização suja o índio, o Ouricuri é o lugar pra gente se limpar”. Em face da exigüidade das terras demarcadas e dos danos ambientais provocados pelas barragens no rio São Francisco, a sobrevivência econômica dos Kariri-Xocó têm-se tornado difícil, voltando o grupo para a produção e venda de artesanato e modalidades artísticas.
Comprimento: 50cm
Largura: 4cm
Altura: 2,5cm
